Desenho Urbano
Parque do Rio Uruguai
OBJETIVOS
O Parque do Rio Uruguai vem sendo desenvolvido ao longo do ano de 2015, tendo sido contratado pela Prefeitura Municipal de Uruguaiana. O objetivo principal do projeto foi promover o acesso público e de qualidade à orla fluvial de Uruguaiana, hoje subutilizada. O Parque da Beira Rio, como ficou conhecido, estabelece uma série de programas de lazer, contemplação e infraestrutura náutica ao longo de 1,1km de via pública, possibilitando aos uruguaianenses um acesso qualificado ao Rio Uruguai, o pôr do sol e a vista para a Ponte Internacional.
PROPOSTA
A cidade de Uruguaiana e o Rio Uruguai sempre estiveram intimamente ligados. O rio foi determinante para a fundação do município e sua localização foi determinada para aproveitar-se dessa proximidade. No entanto, o rio, que por muito tempo foi a principal via de troca de mercadorias entre Brasil e Argentina, perdeu gradativamente sua função com a construção da via férrea (1880) e da ponte internacional (1947). Em 1960, a navegação no Rio Uruguai teve seu fim, e a cidade passa a dar as costas para a orla, que logo foi ocupada por populações de baixa renda ou clubes de pesca e lazer, e aquilo que um dia fora centro passou a configurar-se como periferia.
As cheias do rio, relatadas desde os primórdios da povoação, ainda assolam a região periodicamente. Entre uma cheia e outra, o vai e vem das águas revela uma faixa de terra com potencial para o lazer e turismo. Mesmo desprovida de infraestrutura e equipamentos, é local de encontro da população que ali se reúne diariamente para assistir ao pôr-do-sol. Além disso, a concentração de pescadores que residem próximos às margens reflete ainda hoje a importância e o capacidade do rio em prover alimento e sustento.
Em fevereiro de 2015 a Prefeitura Municipal de Uruguaiana contratou a empresa vencedora da licitação para a elaboração do Projeto Urbanístico da Avenida Beira Rio de Uruguaiana. Ao longo do processo, a 3C Arquitetura e Urbanismo e a Prefeitura entenderam que por trazer mais do que uma simples via, o projeto devia se denominar Parque do Rio Uruguai.
PROJETAR PARA O RISCO
A infraestrutura desenvolvida para a sociedade se baseia numa probabilidade ou risco de ocorrência de eventos naturais, tanto para disponibilidade hídrica como para eventos extremos de inundações, além de acidentes.
Como na vida de qualquer pessoa, assumimos um risco ao atravessar a rua, dirigir um carro, no tipo de alimentação, entre outros. Da mesma forma, quando projetamos o Parque do Rio Uruguai, foi necessário compreender com precisão qual seria o risco associado às cheias do Rio Uruguai, e o que ele representaria para os usuários.
As condições estatísticas extremas podem ser evitadas por custos muito altos, mas é possível planejar estes cenários para se obter maior “resiliência “ou resistência aos extremos. Existem várias terminologias para retratar isto, como: mitigação, adaptação, resiliência, entre outros, mas no fundo o objetivo sempre é procurar reduzir a vulnerabilidade social, econômica e ambiental às condições extremas.
No Parque do Rio Uruguai, optou-se atingir a resiliência às inundações através do design que suporta e tira partido da água em diferentes cotas e diferentes momentos.
Em setembro de 2015, o projeto básico foi entregue à Prefeitura, de maneira a servir de subsídio para a licitação do projeto estrutural das contenção do parque. O projeto executivo tem previsão de entrega para dezembro de 2015, constando infraestruturas, mobiliário urbano , pisos, sinalização, bem como todos os elementos necessários à construção do parque.
PARTICIPAÇÃO POPULAR
Desde a primeira etapa do trabalho, foram realizadas oficinas de participação popular com os moradores, comerciantes e visitantes da orla do rio. Num primeiro momento, a equipe de projeto perguntou aos locais o que gostariam de ver contemplado pelo projeto, através de um mapa impresso no qual todos puderam colar suas sugestões programáticas.
Na segunda oficina de participação, após a apresentação do anteprojeto, os participantes puderam demandar alterações específicas no projeto, através de mapas impressos e adesivos, pelos quais se fazia possível a sugestão de alteração de programas e locais de implantação.
EQUIPE DE PROJETO
EQUIPE DE PROJETO
Autores:
Arq. Tiago Holzmann da Silva
Arq. Alexandre Pereira Santos
Arq. Leonardo Damiani Poletti
Arq. Leonardo Marques Hortencio
Arq. Guilherme Iablonovski
Arq. Alexandre Couto Giorgi e Arq. Vanessa Schmitz (AG Arquitetura e Planejamento)
Colaboradores:
Arq. Angélica Magrini Rigo
Arq. Pedro de Araujo
Arq. Aline Beatriz Cervo
Arq. Jânerson Coelho
Acad. arq. Pedro Terra
Acad. arq. Flórence Acosta
Acad. arq. Paulo Carvalho
Bio. Silvia Pitrez (laudo de cobertura vegetal)
Eng. Agr. Rogério dos Santos Coutinho (Agromais Topografia – levantamento topográfico)
Eng. Civ. Felipe Gobbi (FGS Geotecnia – consultoria em geotecnia)
Eng. Civ. Alan Donassollo (Maccaferri – consultoria em tecnologia)