Plano Diretor

Centro Administrativo Fernando Ferrari

OBJETIVOS

O Plano Diretor do Centro Administrativo Fernando Ferrari teve como objetivo central compor um instrumento de gestão e planejamento que deverá orientar as tomadas de decisões em atuais e futuras intervenções dos espaços físicos do CAFF. O Plano, inédito na administração do Estado do Rio Grande do Sul, buscou consolidar iniciativas da administração estadual e ampliar as suas potencialidades.

Para isso, dotou-se o governo de bases de informação, procedimentos e um sistema de normas capazes de qualificar a gestão da sua principal infraestrutura administrativa. O Plano permite o desenvolvimento futuro do complexo sem desconsiderar o dinamismo, a flexibilidade e a agilidade inerentes a finalidade da edificação, incorporando conceitos de humanismo e preservação ambiental.

PROPOSTA

A partir de um amplo diagnóstico, foram identificados os principais problemas e potencialidades que então estruturaram propostas temáticas e transversais para alterar de forma crescente e contínua a qualidade das relações institucionais e interpessoais no CAFF, que são a base para a solução dos problemas de sua infraestrutura.

A partir desta, foi desenvolvido um processo intenso de participação dos usuários e gestores do complexo, buscando-se implantar uma visão de serviço público eficiente, efetivo e eficaz, através de ações complementares e integradas que tenham apoio em infraestrutura enxuta, mas correspondente com as necessidades existentes e projetadas para os próximos 20 anos.

O produto final do Plano Diretor da CAFF consistiu em um conjunto de normas e modelo volumétrico para o complexo, prospectando cenários de futuro para o seu desenvolvimento, ampliação e aumento da eficiência na ocupação dos espaços. Foram consideradas a situação atual, assim como importantes mudanças no seu contexto urbano de forma a estabelecer metas concretas e realistas de melhorias na qualidade dos espaços e de promoção da sustentabilidade para o complexo e para a cidade de Porto Alegre.

O quarteirão da CAFF, incluindo as edificações propostas desde os projetos iniciais até o recente fracionamento da matrícula original com adição de edificações no seu entorno.
A estrutura de formulação do Plano Diretor, partindo da situação existente e evoluindo até as propostas finais para o Plano Diretor.
Etapas do Plano Diretor do CAFF, que encaminharão medidas para os projetos.

Proposta: Programa de Mobilidade

É estruturado ao redor da meta de redução do uso do transporte motorizado individual para os deslocamentos casa-trabalho dos funcionários, assim como para os deslocamentos oficiais, ou a trabalho, para os órgãos do governo do Estado e demais entidades na região central de Porto Alegre e no entorno do CAFF. Para isso, parte-se de ações para o uso do transporte coletivo, uso de modais suaves de deslocamento e o compartilhamento dos veículos particulares. Além disso, pensou-se em ações que incentivassem o uso racional das áreas de estacionamento de veículos, acesso ao complexo, acessibilidade universal e guarda de bicicletas.

Metas de adaptação dos perfis existenes de deslocamento para os servidores e visitantes do CAFF.
Proposta de linhas de transporte de ligação do CAFF com os órgãos governamentais e terminais de transporte.

Proposta: Política/formação para redução do consumo de energia, água e geração de resíduos

Construção de uma política de sustentabilidade em 03 linhas de ação:

Formação para a sustentabilidade:
– Ações educativas para a sustentabilidade e redução de impactos;
– Treinamento de formadores para a sustentabilidade;
– Agenda de redução de resíduos.

Monitoramento do consumo e informação aos usuários:
– Composição dos indicadores que simplifiquem, quantifiquem e analisem informações técnicas referentes ao consumo;
– Composição dos indicadores de resíduos – parâmetros mínimos (categorias segundo normativas do DMLU – Porto Alegre);
– Sistema de monitoramento e relatoria dos indicadores para os vários grupos de usuários.

Fomento da técnica para a sustentabilidade:
Deverá ser elaborado estudo específico que defina regras a serem seguidas quanto manutenção da infraestrutura física do complexo do CAFF, bem como para as novas construções, que resulta em um produto:
– Padrões de ocupação e de instalações para redução de impacto: caderno de encargos.

Proposta: Modelo volumétrico do CAFF

Para permitir o crescimento físico sustentável, com adequação das infraestruturas do complexo, são criadas regras e orientações que preveem cenários de futuro, um programa de necessidades complementar e padrões de uso e ocupação para edificações e espaços abertos.

Cenários de demanda e crescimento:
A partir dos resultados do diagnóstico – problemas, potenciais e das demandas levantadas – foram definidas duas linhas de atuação específicas para esta ação do Plano Diretor. São elas:
– Recuperação de características previstas no projeto original do complexo;
– Definição de demandas, expectativas de crescimento e programa de necessidades: novas áreas, revisão da ocupação e supressão de edículas e edificações fora do padrão construtivo/ funcional;
– Simulação de cenários futuros: cinco cenários considerando a construção parcial ou total das volumetrias propostas. Os cenários indicam os benefícios de cada opção e mostram a interferência na paisagem provocada por cada situação.

Padrões urbanísticos e de distribuição espacial:
– Zoneamento do complexo e Regime Urbanístico: áreas permeáveis permanentes, áreas edificáveis e não edificáveis, estacionamento e reservas para infraestruturas, além dos índices de aproveitamento para o quarteirão, que permitem construções rentáveis, porém sem descaracterizar o quarteirão;
– Delineamento das alterações nos fluxos e impactos (acessos, conexões, segregação de fluxos): os fluxos de veículos são alterados para diminuir congestionamentos e são criadas vias de aproximação nas avenidas. Os fluxos de pedestres se mantem em todos os acessos existentes e criados.

Zoneamento geral do complexo do CAFF.

Proposta: Modelo de espaços abertos e infraestrutura

Zoneamento dos espaços abertos:
– Definição de áreas permeáveis permanentes: reforçar ideia de parque urbano com áreas permeáveis permanentes, com continuidade às áreas vegetadas da orla e do Parque Harmonia;
– Definição de passeios, acessos e áreas de lazer: área de circulação compartilhada que se conecta à Praça da Chegada (junto a rampa da Plataforma); é espaço de recepção aos pedestres. Praça de Lazer completa o conjunto, à leste da Plataforma.

Qualificação dos espaços abertos:
– Manejo da vegetação: conservar, podar e ajustar a vegetação existente, conforme as funções definidas para cada área, priorizando as transições sutis, gerando passeios seguros para o pedestre sem perder privacidade do complexo;
– Qualificação da infraestrutura dos espaços: padronização dos passeios do complexo;
– Espaços de apoio à mobilidade: embarque e desembarque internamente e conexão com modais do entorno.

Mapa satélite indicando as áreas permeáveis permanentes no contexto urbano;Definição de áreas pavimentadas, passeios, vias e espaços compartilhados no complexo do CAFF.

Qualificação da infraestrutura do complexo:
– Implementar bacias detenção/retenção de água da chuva;
– Implementar novos depósitos de lixo;
– Implementar separação águas cinzas e negras no esgoto;
– Implementar subestação de 69kV.

Diagramas indicando as propostas de rede de água, rede de esgoto cloacal e infraestrutura de esgoto pluvial, respectivamente.

Proposta: Padronização da ocupação e instalações

Qualificação dos padrões de ocupação do conjunto:

A 3C consolidou e complementou estudos anteriores do Governo do Estado, complementado-os com infraestrutura e simulando sua aplicação dentro do zoneamento proposto para os andares.
– Redistribuição das áreas por secretaria: Conforme a área necessária para cada órgão, os espaços devem ser redistribuídos priorizando a ocupação de andares contíguos e evitando a necessidade de troca de elevador;
– Zoneamento dos espaços internos: diferenciando alas com área de secretário e alas sem área de secretário;
– Programa de digitalização de documentos e aplicação da tabela de temporalidade: estudo específico para a digitalização de todo o arquivo morto e processos em tramitação;
– Programa de destinação dos inservíveis e eliminação das áreas de depósito: destinação de materiais, mobiliário e bens móveis que possuam número de patrimônio no cadastro estadual e que não têm mais condição de reutilização;
– Padrões revisados: complementação com a previsão de infraestrutura elétrica e lógica conforme a modulação.

Proporção de áreas (m²) por função atual x proposto, usando como amostra o 04º pavimento e densidades (m²/funcionário) atual x proposta para o mesmo caso.
Comparação entre distribuição de atividades/funções no layout atual e na proposta de racionalização dos espaços.

Proposta: Estrutura de acompanhamento e facilitação de intervenções

Para melhor gestão dos espaços internos, é criada de uma estrutura de acompanhamento e facilitação de intervenções nos espaços internos do complexo. Esta estrutura faz parte de uma proposta maior, um novo modelo de gestão para o complexo do CAFF.

Gerência de intervenções nos espaços do CAFF:
– Plataforma de atendimento ao público interno (secretarias e órgãos) para aprovação de intervenções: Montagem de estrutura técnica com pessoal qualificado para atendimento às secretarias e órgãos do complexo, que possam orientar os setores responsáveis de cada secretaria, bem como aprovar as propostas de alteração do espaço físico segundo as normas e padrões estabelecidos para o complexo;
– Definição de método de gestão para efetivação e acompanhamento das intervenções: Dentro da proposta de modelo de Gestão do CAFF, deverá ser previsto um sistema de monitoramento para acompanhamento das intervenções, bem como da efetivação das propostas e do registro das obras finalizadas na documentação relativa a infraestrutura física e a segurança do complexo do CAFF;
– Manual de intervenções no complexo (padrões para obras de manutenção e reformas): Deverá ser elaborado um manual com padrões para obras de manutenção e reforma, a cargo da Gerência de intervenções.

Relação de áreas e ocupação no layout proposto buscando racionalizar e organizar os apoios.
Layout das áreas condominiais, hoje fragmentadas para cada secretaria e com baixa qualidade de equipamentos e serviços para os usuários.
Layout proposto para os pavimentos maiores: na ala norte, demonstração de exemplo com layout compartimentado; na ala sul, de planta livre.
CONTRATANTE
Prefeitura de Porto Alegre
LOCALIZAÇÃO
Porto Alegre – RS
ANO
2016 - 2017
ÁREA
construída: 10.351,35m² (com 490,25m² de novas instalações)
CATEGORIA
Planejamento

EQUIPE DE PROJETO

AUTORES:

Arq. Leonardo Marques Hortencio
Arq. Alexandre Pereira Santos
Arq. Tiago Holzmann da Silva
Arq. Leonardo Damiani Poletti

COLABORADORES:

Adv. Moacir Donato
Esp. Topografia Eduardo Arlaque
Acad. Paula Bellé
Acad. Sheila Magnani
Acad. Jéssica Kichler
Acad. Rochelle Vieira da Costa
Acad. Pedro Terra Oliveira